7 de setembro de 2009

Ritalina - O remédio do CDF???

Semana passada, durante o curso de Redes que ministrei em Recife, foi levantado uma questão por um dos alunos que causou certa inquietude na turma, - quem já ouviu falar duma medicação chamada Ritalina? Dizem que é muito boa para melhorar a capacidade de concentração.
Nesta sessão que se inicia (Curiosidades) iremos tratar sobre essa medicação que, diga-se de passagem, está sendo muito utilizada e quais são seus efeitos colaterais e implicações para que usam.
Metilfenidato (nome comercial Ritalina) é uma substância química, utilizada como fármaco do grupo das anfetaminas com ação no lóbulo pré-frontal. É usada para tratamento medicamentoso dos casos de transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), narcolepsia e hipersônia idiopática do sistema nervoso central (SNC). Pesquisas atuais demonstram que sua utilização é altamente recomendada nos casos em que o tratamento terapêutico e o acompanhamento familiar já foram iniciados. A TDAH é um transtorno metabólico neural, que resulta em comportamentos mal adaptados; o metilfenidato pode favorecer a quebra do "círculo vicioso" criado pela hiperatividade em especial . Como toda medicação, o metilfenidato deve ser usado e dosado por profissional médico especializado neste tipo de transtorno. Por ser uma medicação psicoestimulante, seu uso provocaria uma maior produção e reaproveitamento de neurotransmissores, a exemplo: dopamina e serotonina. Entretanto, há controvérsia sobre a produção e reaproveitamento da serotonina pelo cérebro das pessoas portadoras do TDAH. Especialistas no transtorno, atualmente, não crêem que haja prejuízo no controle deste neurotransmissor, ao contrário do que ocorre com a noradrenalina.

História

O primeiro estudo clínico de que se tem registro, avaliando a eficácia de um estimulante para o tratamento da síndrome de hiperatividade, data do ano de 1937. Charles Bradley dirigiu, então um estudo em que se administrava anfetamina (benzedrina) a um grupo de crianças hiperativas. As conclusões da experiência foram entusiasmantes: observaram-se progressos significativos. Anos mais tarde, em 1944, sintetizou-se pela primeira vez o metilfenidato. Durante a Segunda Guerra Mundial experimentaram-se inumeros variantes químicos da anfetamina, em busca de moléculas análogas, mas com efeitos colaterais menos severos.
Em 1954,[3] o novo composto foi patenteado. A ação do metilfenidato sobre o organismo humano revelou, comparado às classes farmacêuticas conhecidas até o momento, surtir menos efeitos colaterais neurovegetativos (sobretudo, vasoconstritores e broncodilatadores). Reações adversas como a redução do apetite e a insônia mostraram-se menos frequentes e melhor toleradas.

Indicações originais

A companhia farmacêutica Ciba (precursora da Novartis lançou o produto no mercado em 1955, com o nome de Ritalina. Foi utilizado em uma série de indicações. Não tardaram a chegar as primeiras informações sobre sua função nos tratamentos de narcolepsia.[4] O Physician's Desk Reference de 1957 afirmava que estava indicado em casos de fadiga crônica e estados de letargia e depressivos, incluindo aqueles associados com agentes tranquilizantes e outras drogas, conduta senil perturbada, psiconeuroses e psicoses associadas com depressão.
No começo dos anos 1960, popularizou-se no tratamento de crianças com TDAH. Neste tempo a Ritalina ganhava grande atenção devido a reportagens sobre o uso corrente entre celebridades do mundo político[6] e da ciência, como o astronauta Buzz Aldrin, e o matemático Paul Erdős.

Indicações



Mecanismo de ação

É um potente inibidor da recaptação da dopamina e da noradrenalina. Bloqueia a captura das catecolaminas pelas terminações das células nervosas; impede que sejam removidas do espaço sináptico. Deste modo a dopa e a nora extracelulares permanecem ativas por mais tempo, aumentando significamente a densidade destes transmissores nas sinapses. O metilfenidato possui potentes efeitos agonistas sobre os receptores alfa e beta adrenérgicos. O fármaco eleva o nível de alerta do sistema nervoso central. Incrementa os mecanismos excitatórios do cérebro. Isto resulta numa melhor concentração, coordenação motora e controle dos impulsos.



Efeitos colaterais

O uso do Metilfenidato pode causar efeitos colaterais como:
• Perda de apetite
• Perda de sono
• Alteração do humor
• Dores no estômago
• Ressecamento dos labios

O uso de metilfenidato pode ocasionar efeitos cefaléicos, taquicárdicos, palpitações, hipertensão arterial, febre, erupções cutâneas, queda de cabelo, agressividade, em casos extremos hepatoblastoma, anemia, perda de peso, leucopenia, hipersensibilida, visão embaçada e convulsões. Pacientes que realizaram o tratamento com metilfenidato e fizeram abuso de bebidas alcoolicas relatam moderada resistência aos efeitos do álcool, porém os efeitos malignos causados por tal abuso resultaram em grande desconforto psiquico e físico. Foi relatado também por estes pacientes que devido a potencialização de felicidade causada pelo aumento de serotonina e de concentração pelo aumento de dopamina estes fizeram uso de superdose do fármaco, cerca de 50 mg, que no caso do paciente é um número cinco vezes maior do que a dosagem prescrita pelo médico. Após três horas da superdosagem o paciente iniciou o quadro de desconforto, tal quadro possuia os seguintes sintomas: nauseas, tontura, hipertermia, cefaléia, agressividade, agitação, taquicardia, midríase e secura das mucosas( associadas a perda de água pela inibição do hormônio ADH em decorrência do uso de àlcool. Conclui-se que o uso de metilfenidato como potencializador do SNC em pacientes na adolescência ou pacientes que tenham qualquer histórico de alcoolismo deve ser revisado evitando casos como o citado a cima.

Terapêutica

A dose usada em crianças a partir de seis anos varia entre 2,5 a 50 mg por dia inicialmente, que pode ser elevada ao máximo de 300 mg por dia. A dose, de acordo com o peso da criança, é de 2 mg/Kg de peso. As doses devem ser dadas preferencialmente pela manhã e na hora do almoço, para não prejudicar o sono. Esta medicação é retirada rapidamente de circulação pelo fígado. Quando a finalidade é melhorar o desempenho acadêmico não haverá necessidade de tomar a medicação nos fins de semana e nas férias. Apesar dessa medicação induzir a dependência nos usuários sem transtorno de hiperatividade, os estudos nessa área mostram que dificilmente uma criança que tenha feito uso prolongado se tornará dependente. Isto é um dado constatado.[carece de fontes?]
Os idosos que não toleram os efeitos colaterais dos antidepressivos podem se beneficiar do metilfenidato. Estudo feito com esta população, mostrou ser uma medicação eficaz com risco de dependência praticamente zero.[carece de fontes?]
Considerações importantes
Não deve ser usado em pacientes em uso de tranilcipromina ou equivalente, em pacientes com arritmias cardíacas, com a síndrome de Tourette, em pacientes psicóticos, com distúrbios de movimentos e com problemas na produção de células sanguíneas. É preferível evitar durante o primeiro trimestre da gestação, apesar de nunca ter sido comunicado efeito deletério no feto.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Metilfenidato

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